quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Breve história do ballet no Brasil

Pode-se dizer que a história do balé no Brasil começou em 1927, com a vinda da bailarina russa Maria Oleneva para o Rio de Janeiro. Ela fundou a Escola de Danças Clássicas do Teatro Municipal, que se tornou o principal centro de formação de bailarinos no país.
Depois de Oleneva, vieram outros europeus, como o tcheco Vaslav Veltchek, que a partir de 1939 deu novo impulso ao balé no Brasil, como coreógrafo do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e organizador da escola de bailados da prefeitura paulistana. Mais tarde participou da fundação do Ballet do IV Centenário de São Paulo e no Rio de Janeiro fundou o Conjunto Coreográfico Brasileiro. Veltchek elaborou várias coreografias baseadas no folclore brasileiro, como Uirapuru, de Villa-Lobos, e Festa da roça, com música de José Siqueira.
Outro nome importante é o de Tatiana Leskova, que a partir de 1945 atuou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, primeiro como bailarina e depois como mestre de balé e coreógrafa. Juntamente com Igor Schwezoff, participou em 1946 da formação do Balé da Juventude. As inovações do balé moderno foram trazidas ao Brasil em 1949 pelos Ballets des Champs-Elysées. Aqui ficou como mestre um de seus integrantes, Pierre Klimov. Eugênia Feodorova chegou ao Brasil em 1955, atuando como mestre de balé e coreógrafa do corpo de baile do Teatro Municipal. E em 1962 foi chamado para trabalhar no Rio de Janeiro o coreógrafo e maître-de-ballet William Dollar.
O balé contemporâneo desenvolveu-se com Nina Verchinina, ex-integrante do Ballet Russe du Colonel de Basil, que deu uma das mais decisivas contribuições à dança brasileira, com sua companhia particular. Outros nomes que sobressaíram foram os de Berta Rosanova, Sandra Diecken, David Dupré, Dennis Gray, Artur Ferreira e vários outros, como bailarinos ou como coreógrafos e divulgadores. Bailarinas brasileiras que se destacaram no exterior foram Márcia Haydée, Beatriz Consuelo, Ivonne Weyer e Eleonora Oliosi.
O Teatro Municipal de São Paulo possui uma grande escola, fundada em 1940 e oficializada em 1947. A Universidade Federal da Bahia, em Salvador, tem um curso de dança, agregado a sua Escola de Teatro. E são milhares os cursos independentes em todo o Brasil, sobretudo em São Paulo e no Rio Grande do Sul.
A técnica acadêmica do balé, como concebida hoje, é russa e resultou da fusão dos estilos italiano e francês. O estilo italiano desenvolveu-se acrobaticamente, caracterizando-se pelo allegro, movimentos vivos, angulosos, com certa rigidez. Os braços estendidos vigorosamente, a velocidade, a técnica, o virtuosismo são suas marcas. No estilo francês destacam-se a graça, a leveza, os movimentos arredondados, braços leves, o adagio.
Dessas duas escolas resultou uma fusão ideal no estilo russo do século XIX: a graça de uma e o virtuosismo da outra, aliados ao temperamento emotivo do povo russo. Os bailarinos russos fizeram uma síntese, tirando de cada uma o que tinha de melhor.

Entre as obras brasileiras de ballet que mais se destacaram, temos: Uirapuru, O Garatuja, O Descobrimento do Brasil, Maracatu de Chico Rei e Salamanca do Jarau.


Fonte: www.emdiv.com.br